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sábado, 29 de dezembro de 2012

Pai Nosso: A Oração que Jesus nos ensinou (pt. 01)



ATUALIZADO: Para conferir a segunda e última parte deste post, clique aqui.

Salve, irmãos e irmãs! Este post parece algo bastante básico, mas senti a necessidade de escrevê-lo porque, embora muitos cristãos rezem o Pai Nosso todos os dias, um número relativamente grande de pessoas não reflete sobre o que está dizendo, o real significado dessa poderosa oração, que o próprio Cristo nos ensinou.

Fora isso, há certas curiosidades as quais, infelizmente, não raro deixamos passar. Então, munida da Bíblia, do Catecismo da Igreja Católica (CIC) e dos escritos de autoridades religiosas, pretendo ajudá-los a esmiuçar e entender melhor o que antes poderia não passar de uma mera "decoreba católica".


"Eis como deveis rezar: PAI NOSSO, que estais no céu, santificado seja o vosso nome; venha a nós o vosso Reino; seja feita a vossa vontade, assim na terra como no céu. O pão nosso de cada dia nos dai hoje; perdoai-nos as nossas ofensas, assim como nós perdoamos aos que nos ofenderam; e não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal." (Mateus 6:9-13)

O Pai Nosso é uma oração bíblica. Podemos encontrá-lo tanto no Evangelho de Mateus (como exposto acima), quanto no de Lucas (Lucas 11:1-4). Segundo Lucas:

"Um dia, num certo lugar, estava Jesus a rezar. Terminando a oração, disse-lhe um de seus discípulos: Senhor, ensina-nos a rezar, como também João ensinou a seus discípulos." (Lucas 11:1)

O texto da oração varia um pouco de um Evangelho para o outro, contudo a ideia é a mesma. Os discípulos observam o testemunho de Jesus, que ora ao Pai sem cessar, e pedem que Ele ensine-os a fazer o mesmo. Então Jesus proclama as palavras que formarão a mais famosa oração de todos os tempos.


Sobre isso, o Catecismo da Igreja Católica afirma: "[...] Esta oração que nos vem de Jesus é realmente única: ela é 'do Senhor'. Com efeito, por um lado, mediante as palavras desta oração, o Filho único nos dá as palavras que o Pai lhe deu ("Agora eles reconheceram que todas as coisas que me deste procedem de ti." – João 17:7); Ele é o Mestre de nossa oração. Por outro lado, como Verbo encarnado, Ele conhece em seu coração de homem as necessidades de seus irmãos e irmãs humanos e no-las revela; é o Modelo de nossa oração." (CIC 2765, adaptado)

Ou seja, como perfeito Deus e Homem, Cristo compreende plenamente nossas maiores carências e as elenca de forma maestral, num misto de pedido e louvor ao Senhor. E faz tudo isso em poucas palavras, sem usar excessivos adjetivos ou vocábulos complexos, constituindo um texto que qualquer um pode aprender e recitar facilmente.

Com o Pai Nosso, mantemos um diálogo íntimo com Deus, de Pai para filho. O Pai está mais próximo do filho do que nunca, ouvindo-o atentamente, para que se cumpra o que é dito no Evangelho de João ("Até agora não pedistes nada em meu nome. Pedi e recebereis, para que a vossa alegria seja perfeita." – João 16:24).

Ainda sobre o Pai Nosso, o Catecismo fala: "A Oração dominical [Oração do Senhor, Pai Nosso] é realmente o resumo de todo o Evangelho. (CIC 2761, adaptado)". São Tomás de Aquino acrescenta: "A Oração dominical é a mais perfeita das orações... Nela, não só pedimos tudo quanto podemos desejar corretamente, mas ainda segundo a ordem em que convém desejá-lo. De modo que esta oração não só nos ensina a pedir, mas ordena também todos os nossos afetos".

Resta alguma dúvida sobre a grandeza e a importância do Pai Nosso?! "Resumo do Evangelho", "Mais perfeita das orações", "Oração que Jesus ensinou"...

Mas... Quando rezamos essa oração, o que realmente estamos dizendo? Já pararam para pensar?


"Pai Nosso": é uma referência direta a Deus. Vale lembrar que Jesus é o filho unigênito (uni = único; genito = gerado) de Deus. ("Nisto se manifestou o amor de Deus para conosco: em nos ter enviado ao mundo o seu Filho único, para que vivamos por ele." – 1 João 4:9). Antes da vinda de Cristo ao mundo, os povos não se referiam a Deus como Pai; mas, sim, como Senhor, Todo-Poderoso, Rei dos Exércitos.

Jesus veio para nos dar a conhecer Seu Pai ("Ninguém jamais viu Deus. O Filho único, que está no seio do Pai, foi quem o revelou." – João 1:18), para aproximar a criatura do Criador ("Porque todos sois filhos de Deus pela fé em Jesus Cristo." – Gálatas 3:26), fazendo de nós – através de Seu sacrifício na Cruz – Seus irmãos adotivos ("Santifico-me por eles para que também eles sejam santificados pela verdade." – João 17:19).

É importante não confundir Pai com pai. Diz o Catecismo: "Deus nosso Pai transcende as categorias do mundo criado. Transpor para Ele, ou contra Ele, nossas ideias neste campo seria fabricar ídolos, para adorar ou para demolir. (CIC 2779, adaptado)". Poder chamar Deus de "Pai" é um Mistério fantástico, um privilégio que nem os anjos possuem (eles possuem um Criador, como era nosso caso antes da vinda de Cristo).

Logo, não podemos comparar nossos pais, que são humanos e passíveis de erros, com o Senhor – Deus e Perfeito. Não se trata da mesma relação, mas de algo muito maior: "Podemos invocar a Deus como 'Pai', porque Ele nos foi revelado por seu Filho feito homem e porque seu Espírito no-lo faz conhecer. Aquilo que o homem não pode conceber nem as potências angélicas podem entrever... (CIC 2780, adaptado)". Bem, foi esse o presente que Deus nos deu. Que presente!

"Pai": "A primeira palavra da Oração do Senhor é uma benção de adoração, antes de ser uma súplica. Pois a Glória de Deus é que nós O reconheçamos como 'Pai', Deus verdadeiro. Rendemo-Lhe graças por nos ter revelado Seu Nome [Pai], por nos ter concedido crer nEle e por sermos habitados por Sua Presença". (CIC 2781, adaptado)

"Nosso": "Gramaticalmente, 'nosso' qualifica uma realidade comum a vários. Não há senão um só Deus, e Ele é reconhecido como Pai pelos que, mediante a fé em seu Filho único, renasceram dEle pela água e pelo Espírito. ("A multidão dos fiéis era um só coração e uma só alma. Ninguém dizia que eram suas as coisas que possuía, mas tudo entre eles era comum. – Atos 4:32")." (CIC 2790, adaptado). Nesse caso, a oração está aberta a todos – independentemente de pertencerem à Igreja Católica – que professem a fé em Cristo e, de preferência, sejam batizados.


"Que estais no céu": Atualmente, a maioria dos teólogos atribui o conceito de "céu" a algo mais espiritual do que material. Para eles, o Céu é mais um estado da alma que um lugar. Logo, podemos pensar no céu não como o plano que está acima da terra, mas como o próprio Deus, a Perfeição, a Santíssima Trindade. "Os 'céus' poderiam muito bem ser também aqueles que trazem a imagem do mundo celeste, nos quais Deus habita e passeia." (S. Cirilo de Jerusalém)

Segundo o Catecismo da Igreja Católica: "O símbolo dos céus nos remete ao mistério da Aliança que vivemos quando rezamos ao nosso Pai. Ele está nos céus, que são sua Morada; a Casa do Pai é, portanto, nossa 'pátria'. [...] Quando a Igreja reza 'Pai nosso que estais nos céus', professa que somos o Povo de Deus já 'assentados nos céus, em Cristo Jesus' (Efésios 2:6), 'escondidos com Cristo em Deus' (Colossenses 3:3) e, ao mesmo tempo, 'gememos pelo desejo ardente de revestir por cima de nossa morada terrestre a nossa habitação celeste' (2 Coríntios 5:2)". (CIC 2795-2796, adaptado)


E... o post está ficando grande. Está ficando grande e ainda falta explicar a maior parte da oração: Os Sete Pedidos. Para não cansar (mais?) a leitura e prejudicar o aprendizado, dividirei o post em duas partes. Como os pedidos são meio auto explicativos, creio que o outro post não ficará grande. Ademais, encontrei umas imagens legais que compartilharei com vocês no referido espaço.

Desde já, penso que os documentos analisados nos deram uma boa base para entender o Pai Nosso. Só queria enfatizar uma última coisa: o Pai Nosso não deve ser repetido maquinalmente, mas refletidamente. Melhor rezar um Pai Nosso com o coração aberto, meditando sobre o que se pede, do que cem repetidamente, como uma recitação de tabuada. Deus é simples e se importa com a nossa sinceridade. Se vocês estão brigados com alguém, como podem dizer Perdoai-nos as nossas ofensas, assim como nós perdoamos aos que nos ofenderam? Há dois caminhos: perdoem a pessoa em questão (altamente recomendado!), ou usem palavras que correspondam à sua realidade.

Até a próxima, que Deus os abençoe e não se esqueçam de orar antes de dormir! Uma oração sincera! Não se esqueçam de que possuem um Pai louco para conversar com vocês e ajudá-los! =D

Nota: a(s) imagem(ns) que ilustra(m) o post não me pertence(m). Foi(ram) retirada(s) da Internet.

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